Atitude de Mudança em marcha
* Wilson Rodrigues de
Andrade
O termino da Conferência
Rio+20, apesar das criticas de alguns Setores ao texto final, o Documento
trouxe avanços podemos relacionar a criação de um Conselho sobre
Desenvolvimento Sustentável de Alto
Nível e o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/Pnuma. As tão esperadas Metas
do desenvolvimento Sustentável também entraram no Documento. Porém, apenas se
iniciou uma longa negociação para definição de compromissos. Daí podemos
observar, processos foram iniciados, com
tudo, o Documento não impactará o “mundo
real”, pelo menos não no curto prazo.
Isso fez com que muitos apostassem para o fracasso da
Rio+20, talvez porque miraram suas análises no lugar errado. O que fracassou,
já há muito tempo, foi o sistema multilateral. A falta de resultados
conclusivos na Rodada Doha da Organização do Comércio/OMC, e no estabelecimento
do regime climático pós-2012, são exemplo disso. Acordos vinculantes e
ambiciosos em escala global são, atualmente, quase impossíveis, em grande
medida devido ao aumento da complexidade do jogo multilateral devido à
emergência de diversos centros de poder. A ONU e outras Organizações
Internacionais já não são clubes em que muitos participam mais poucos decidem.
Com mais interesses conflitantes sobre a mesa, crescem as dificuldades de
consenso. Isso não significa que o multilateralismo (entre diversas Nações e
Instituições e as pessoas...) já não serve para nada. Pelo contrário,
Conferências que envolvem temas de vanguarda como mudanças climáticas e
sustentabilidade hoje são muito mais do que meras reuniões governamentais. Quem
acompanhou a Rio+20 viu uma infinidade de Eventos paralelos, discussões e
Exposições dos mais diversos segmentos da Sociedade Civil/ONGs, do Setor
Empresarial, e de governos subnacionais (refiro as Prefeituras e Estados). Esse
fenômeno, que também não é recente, gera consequências importantes. Ações e compromissos assumidos por esses
novos Atores tendem a ser mais ambiciosos do que os temas discutidos nos
Documentos multilaterais. Governos subnacionais são hoje centrais em negociações
globais paralelas. Um exemplo é a C40, Organização de Prefeitos das maiores
Cidades do Mundo, que anuncio compromissos importantes de redução de emissões
de gases de efeito estufa.
Atores privados também estão se movimentando. A quantidade
de Eventos e Seminários no Rio, contando não apenas com a presença de
executivos de alto escalão, algo impressionante acontece (Administradores /
Gerentes e Gestores de diversos Setores, anos afora...). De fato, segundo
estudos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente/Pnuma), em apenas 6
anos, os investimentos globais em energia renovável passaram de 33 bilhões para
211 bilhões de dólares por ano, investimentos novos já são maiores em
renováveis do que em fósseis (carvão/petróleo...). Nesse novo contexto,
Prefeituras e Estados assinam memorandos e anunciam metas, empresas estruturam
certificações internacionais e estabelecem parcerias. Organizações da Sociedade
Civil com sua Plataforma das Não - Governamentais, estas realizam Cúpulas e
anunciam Convênios. Mais importante, interagem também entre eles. É nesse
levante de ideias, ideais e Ações, que podemos observar os grandes avanços
mundo afora. O Processo é lento, caro, cansativo, porém necessário. Ainda
somente governos conseguem mobilizar os recursos e mídia para megaeventos como
esses. Tudo isso é o combustível que move este novo multilateralismo
multi-institucional. Para este processo ter continuidade e se aprofundar,
enormes e diversas Conferências globais e locais serão necessárias, e com
incentivo também, permanente para a participação destes e de novos Atores. O
combustível renovável cabe também nas relações internacionais e nacionais. Para
o Mundo melhor entre os povos o Caminho é a Cultura de Paz nas consciências. De: Wilson Rodrigues de Andrade/ Jornalista
pacifista - cultural. Três Rios/Rio de Janeiro - Brasil/Ag. 2016.
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