quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019


Pessoas – Água, Saneamento e Saúde no 8º Fórum Mundial da Água.


             O acesso à Água potável e ao Saneamento Básico constitui um direito humano essencial, conforme declaração da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), já que responde pela garantia de Vida e Saúde das populações. Além disso, a tarefa de garantir a disponibilidade e o manejo sustentável da água e do esgotamento sanitário para todos foi constitui um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 6), estabelecido para 2030. O desafio que significa o atingimento dessa meta em pouco mais que uma Década demandará um esforço extraordinário dos Países, das instituições multilaterais envolvidas com a temática e da Sociedade em geral. Para tanto, faz-se necessário explorar novas formas de superação dos obstáculos existentes, sejam eles de natureza técnica, financeira, de arranjos institucionais e de formas de Cooperação entre Países.

Em plataforma global, UNESCO divulga informações sobre uso de recursos hídricos. Publicado em 21/02/2017

           O Programa Hidrológico Internacional da UNESCO lançou recentemente uma nova plataforma online e aberta com dados sobre ciclos da água, bacias hidrográficas, pluviometria, reservatórios de lençóis freáticos, irrigação e outros temas. Portal permite a usuários criar mapas personalizados com conteúdos sobre diferentes regiões do mundo e informações atualizadas sobre abastecimento, consumo, clima, desafios ecológicos e riscos de desastres.
             Para divulgar informações sobre o uso dos recursos hídricos no mundo, o Programa Hidrológico Internacional — da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) — lançou uma plataforma online e aberta com dados sobre ciclos da água, bacias hidrográficas, pluviometria, reservatórios de lençóis freáticos, irrigação, entre outros temas.
Chamado Water Information Network System (WINS) — ou Sistema de Rede de Informação de Água, em tradução livre —, o Portal começou a funcionar ao final de Janeiro (31/2017). A Página permite a usuários criar mapas personalizados com conteúdos sobre diferentes regiões e países e informações atualizadas sobre abastecimento, consumo, clima, desafios ecológicos, riscos de desastres e outras áreas de conhecimento. A plataforma também oferece espaços virtuais para discussões entre especialistas, representantes de instituições e decisores políticos. O objetivo é contribuir para a cooperação interdisciplinar e para a criação de Redes de interesse no âmbito global. O WINS é alimentado com os conteúdos cientificamente válidos disponibilizados por fontes como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa conjunto de monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Divisão Estatística da ONU (UNSTAT) e outros parceiros. O Sistema também apresenta iniciativas da UNESCO relacionadas à água, em especial projetos voltados para a conservação do Patrimônio mundial, das reservas da biosfera e dos geoparques globais reconhecidos pela agência da ONU. Acesse o WINS clicando aqui.

O identificar Preconceito...

*Wilson Rodrigues de Andrade

         Há tempos eu e muitos de Nós observamos que a miscigenação do Mundo é inevitável. Do mesmo modo que o Ecumenismo dos Corações deverá caminhar para o bom momento nos tempos vindouros da Humanidade.
        As Criaturas – Nós os co - criadores, não sobreviveram no isolamento. O grande e legítimo anseio é a confraternização geral.  Esta que ignora fronteiras, e segue unindo, apesar dos retrocessos constantes – étnicos e conceitos geográficos, de Sociologia e Filosofia, Religiões, Nações; enfim seres humanos e espirituais. Jesus o Cristo Ecumênico, em sua passagem pela Terra – propagou para todos, que esse é o Caminho...
         O Brasil, Coração do Mundo, com grandes deficiências; mesmo assim incentiva e trabalha pelo respeito às diferenças entre os povos. Um passo para que haja Consciência Humana e Fraternidade mútua é o reconhecimento do Preconceito – às vezes velado, que a maioria nem percebe que pratica.
            O Professor doutor Kabengele Munanga, antropólogo do Centro de Estudos Africanos da Universidade de São Paulo/Brasil, em um programa de TV, comentou: “Como o próprio termo diz, Preconceito é um julgamento preconcebido sobre os outros, os diferentes, sobre os quais não temos na realidade, um bom conhecimento. O Preconceito é um dado praticamente universal, porque todas as culturas o produzem. Não há uma Sociedade que não se defina em relação às outras. E, nessa definição, nos colocamos numa situação, e achamos que somos o centro do mundo; a nossa cultura é a melhor, a nossa visão do mundo é a ideal, a nossa religião é a melhor. Assim, julgamos os outros de um modo negativo. A matéria-prima do Preconceito é a Diferença”.
       E, portanto, acentuo que, é preciso desarraigá-lo, pois no meio do Preconceito surgem os mais tenebrosos tipos de perseguição no Caminho do processo Civilizatório Humana, deste modo, dificultando o estabelecimento da Cultura de Paz no Planeta Terra. * Wilson Rodrigues de Andrade/ Produtor Editorial e Cultural – COMPAZ/Folha Cultural- Set. 2015.

Orixá e Sambas – Enredo...   
              

Escolas pecam pela carnavalização do que deveria ser mistério

                                                                                                             De: Nei Lopes *
       Parece que foi com o Enredo: Festa dos Deuses afro - brasileiros, da Escola de Samba Em Cima da Hora, em 1974, que os enredos sobre orixás e outras divindades africanas viraram moda no carnaval carioca . Tão em moda que, de lá pra cá, no Rio e São Paulo, não há ano em que não se volte ao tema, às vezes em doses triplas. Mas a história vem de mais longe.
   Em 1938, a coreógrafa e bailarina afro-americano Katherine Dunham, então com 28 anos de idade, motivada pelo trabalho da antropóloga, também afro-americano, Zora Neale Huston – que, no mesmo ano, depois de muita pesquisa, publicava o livro Tell My Horse, sobre comunidades negras da Jamaica – viajava pela primeira vez a Cuba. A viagem tinha objetivos declaradamente artísticos, mas acabou ganhando caráter religioso, já que durante sua estada em Havana, Miss Dunham fez-se iniciar na religião dos orixás, lá genericamente chamada santería.
    A partir daí, o trabalho da coreógrafa, que já baseava em séria pesquisa etnográfica fez o mundo reconhecer a beleza e o valor das danças de origem africana, abrindo caminho para a consolidação de uma tradição coreográfica e o surgimento de uma Dança negra contemporânea.
    Em 1952, Katherine Dunham, em visita ao Brasil, foi protagonista de um episódio de discriminação racial vergonhosa, porém de importantes consequências, pois foi o estopim para promulgação da primeira Lei Afonso Arinos. Mas, além disso, sua presença entre nós legitimava as exteriorizações do culto aos orixás jeje- nagôs (oriundo do eixo Nigéria/Benim), fazendo com que danças, trajes cerimoniais, cânticos rituais, atabaques e agogôs saíssem da clandestinidade para chegar aos palcos do teatro musicado.
    Não podemos assegurar; mas, muito provavelmente, levada pelo núcleo dirigente do operoso Teatro Experimental do Negro, à frente o saudoso artista e ativista Abdias Nascimento, Kaye Dunn (seu nome literário) deve Ter conhecido o Terreiro do célebre Joãozinho da Goméia, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. E lá, assim como sua discípula Mercedes Baptista, mãe da Dança afro no Brasil, deve ter assimilado muita matéria-prima para sua Obra.
    A coreógrafa americana certamente sabia que, no Haiti, um dos vocábulos que definem o conceito de Orixá é mystè, forma local para o francês mystère. Porque toda entidade espiritual africana é, em essência, um mistério, um sagrado, um dogma, a ser tratada com respeito, precaução e cautela – atividade da qual, na atualidade, o povo das Escolas de Samba, tanto no Rio quanto em São Paulo, parece que vem se esquecendo.
    Em busca do efeito e desprezando a Essência, as e Escolas dão, desde a fatídica década de 70, grande ênfase aos enredos de temática africana. Mas quase sempre pecam em dois “quesitos”: primeiro, na carnavalização do que deveria ser mistério; depois, na reprodução da falsa ideia de que a História da África sempre se contaria a partir do escravismo, como se nada lá houvesse ocorrido antes da chegada dos primeiros europeus, no Século XV.
    No oitavo Século da Era Cristã, viajantes árabes já se surpreendiam, no oeste africano, com a abundância de ouro, sustentáculo de um centralizado e poderoso império que efetivamente atuava como “intermediário” entre as áreas de produção, ao sul, e as do consumo, ao norte do Saara e às margens do Mediterrâneo. Esse Império era o Antigo Gana, fundado por negros do grupo étnico soninquê, aparentado aos mandingas, o qual, numa sequência histórica, deu lugar aos também poderosos Mali e Songai.
    Igualmente fortes e pujantes foram, antes do escravismo europeu, os Estados Axante (na atual Gana); Ifé, Benin, Oió (Nigéria); Mossi, Dagomba (Burkina Fasso); além, florescidos na Etiópia, no atual Zimbábue, e no antigo Congo, etc.
    A História desses reinos e impérios, com seus heróis e vilões, deuses e demônios, musas e rainhas, bandeiras e estandartes, tambores e chocalhos, está esperando para ser contada nas “avenidas” do Rio e na paulista. Está tudo lá nos oito volumes da História Geral da África, publicada pela UNESCO em parceria com MEC desde 2011, e integralmente disponibilizada na internet.
    Então, meu povão... Escravidão já era! A grande Katherine Dunham e Seu João da Goméia já descansam em paz! Os Orixás também precisam descansar!
    Alô, meu povão, se liga!                     
                                                 * Nei Lopes / Produtor Cultural e Compositor musical

  O Sistema Nacional de Cultura, o “SUS da Cultura” , sancionado por Lula, traz diretrizes para gestão e promoção de políticas no setor Dani...