Ensinamentos de Nelson Mandela são mensagens ‘poderosas’ contra o medo e o cinismo, diz chefe da ONU./ Publicado em 18/07/2017.
‘Nelson Mandela foi conhecido
como o prisioneiro 46664 por 18 anos. Mas ele nunca se tornou um prisioneiro do
seu passado. Sentenciado a trabalho pesado e ao encarceramento em solitária em
Robben Island, ele se ergueu do sofrimento e da falta de dignidade para levar
seu país, e o nosso mundo, a dias melhores’, lembrou o Secretário-Geral da ONU,
António Guterres, neste 18 de julho, Dia Internacional Nelson Mandela.
Em mensagem para o
Dia Internacional Nelson Mandela, comemorado neste 18 de julho, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou que a trajetória e os
ensinamentos do líder sul-africano são um exemplo contra o medo, o cinismo e a
amargura. O dirigente máximo das Nações Unidas defendeu que a melhor forma de
lembrar o legado de Madiba é por meio de ações em prol da paz e dos direitos
humanos.
“Nelson Mandela foi
conhecido como o prisioneiro 46664 por 18 anos. Mas ele nunca se tornou um
prisioneiro do seu passado. Sentenciado a trabalho pesado e ao encarceramento
em solitária em Robben Island, ele se ergueu do sofrimento e da falta de
dignidade para levar seu país, e o nosso mundo, a dias melhores”, lembrou o
chefe da ONU. Guterres acrescentou que, apesar das dificuldades, o Nobel da Paz
“nunca sucumbiu à amargura ou a rivalidades pessoais, mas despejou sua energia
formidável na concretização de sua visão de uma África do Sul pacífica,
multiétnica e democrática”.
“Nelson Mandela
disse uma vez que um santo podia ser definido como um pecador que continua
tentando. Essa é uma poderosa mensagem de esperança, em um mundo fragmentado de
medo e cinismo. Nunca é tarde demais para encarar o futuro e tentar novamente”,
disse o Secretário-Geral.
O dirigente
concluiu sua mensagem com um chamado para que cada pessoa faça a sua parte e se
envolva na promoção da paz, dos direitos humanos, do desenvolvimento
sustentável e de vidas com dignidade para todos. “Cada um de nós pode ser
inspirado pelo exemplo de Nelson Mandela e por suas célebres palavras: ‘Sempre
parece impossível até ser feito'”, ressaltou.
Direitos das
pessoas privadas de liberdade
Também por ocasião
da data internacional, o diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas
sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov, lembrou que o Dia é também uma
ocasião para refletir sobre os direitos das pessoas privadas de liberdade. “Prisioneiros
não devem nunca ser ignorados em esforços para fortalecer o Estado de Direito,
melhorar os sistemas de justiça criminal e tornar as sociedades resilientes aos
flagelos das drogas, do crime, da corrupção e do terrorismo. Prisioneiros
continuam sendo parte da sociedade, eles merecem respeito, eles têm direito à
dignidade e eles exigem direitos humanos”, disse o chefe da agência da ONU.
Fedotov chamou
atenção para a importância dos Padrões Mínimos das Nações Unidas para o
Tratamento de Prisioneiros, também conhecidos como Regras Nelson Mandela. “Em todo o mundo,
presidiários enfrentam violência, riscos de saúde devastadores, como HIV e
hepatite, e podem ser expostos à radicalização que leva à violência. As Regras
Nelson Mandela são um plano para que o gerenciamento carcerário lide com essas
questões”, explicou o dirigente.
Fedotov acrescentou
que o atual estado das prisões — superlotação, falta de recursos, de
equipamentos e de pessoal — leva ao sofrimento dos indivíduos privados de liberdade
e, consequentemente, da nossa humanidade compartilhada. “No Dia Nelson Mandela,
o UNODC continuará a enfrentar esses desafios e a transformar as palavras
poderosas das Regras Nelson Mandela em ações compromissadas e ousadas”, disse.
UNESCO: Mandela é exemplo
de luta
Também por ocasião
do Dia, a Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova, lembrou um dos
pronunciamentos de Mandela no Julgamento de Rivonia: “Eu valorizo o ideal de
uma sociedade democrática e livre na qual todas as pessoas convivem em harmonia
e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e o qual
espero alcançar. Porém, se for necessário, é um ideal pelo qual eu estou
preparado para morrer”.
A chefe da agência
da ONU dedicada à educação, ciência e cultura alertou que os valores defendidos
pelo líder sul-africano ainda é um “sonho para muitas sociedades”. “Milhares de
mulheres e homens em todo o mundo ainda são presos, torturados e executados por
defender esse ideal de paz e igualdade em seus países”, lamentou Bokova.
“Ao celebrar o Dia
Internacional de Nelson Mandela, nós prestamos homenagem àquelas pessoas que
lutaram e que continuam a lutar pela liberdade, pela dignidade e pelos direitos
humanos. Essa luta nunca foi tão importante nas sociedades contemporâneas que
são enfraquecidas pela ascensão de múltiplas tensões – econômicas, sociais,
políticas e também climáticas”, acrescentou a dirigente. Nelson Mandela foi
embaixador da Boa Vontade da UNESCO. Seus discursos no Julgamento de Rivonia
estão arquivados no Registro Memória do Mundo da Agência da ONU. Com: C/ Folha Cultural
Comentários:
WRA/O Arauto do Pacifismo em nossa atualidade... Salve
Mandela!
Yuri Austran / Se fosse resumir em uma palavra o
que Mandela significa para a humanidade, diria "farol". Uma luz que
nos indica o caminho, a direção e o sentido que devemos seguir para que nossas
ações nos conduzam a um mundo mais justo e livre. Viva sempre em nosso coração
e mente, Madiba!