Países firmam compromisso pela saúde de
mulheres, crianças e adolescentes na América Latina e Caribe. Publicado em 05/07/2017
Em reunião no
Chile, países da América Latina e do Caribe firmaram em, 4 de Julho/17, um
acordo para pôr fim às mortes evitáveis de mulheres, crianças e adolescentes
até 2030. O Documento, chamado
Compromisso para Ação de Santiago, foi apresentado pela Presidenta chilena
Michelle Bachelet e adotado por representantes de nove Nações, incluindo do
Brasil. Também participaram do encontro dirigentes de organismos da ONU. Cerca
de 196 mil crianças com menos de cinco anos morrem na América Latina e no
Caribe a cada ano. Desse grupo, 85% têm menos de um ano de idade. Na Região,
mais de 6,2 mil mulheres morreram em 2015 por complicações durante a gravidez e
parto, a maioria delas preveníveis. A saúde dos jovens e suas chances de
prosperar também estão condicionadas às disparidades no acesso a saúde,
educação e oportunidades de emprego. As Américas têm uma das maiores taxas de
gravidez na adolescência do mundo. Entre a principais causas de morte dos
adolescentes, estão os homicídios (24%), os acidentes de trânsito (20%) e os
suicídios (7%). “As desigualdades em saúde não são apenas injustas, mas também
ameaçam os avanços que fizemos nas últimas décadas e colocam em perigo o crescimento econômico e o desenvolvimento
social” na Região, enfatizou a diretora da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne.
O Compromisso
para Ação de Santiago foi lançado e adotado durante a reunião de alto
nível Todas as Mulheres, Todas as Crianças, Todos os Adolescentes,
que contou com a participação dos ministros de Barbados, Chile, Cuba,
Guatemala, México, Uruguai e outras nações. O ministro do Desenvolvimento
Social do Brasil, Osmar Gasparini Terra, também participou do encontro.
“Precisamos
de cada país para desenvolver uma abordagem integrada para mulheres, crianças e
adolescentes, fortalecendo componentes da estratégia como o desenvolvimento da
primeira infância, saúde e bem-estar dos adolescentes, melhorar a qualidade,
equidade e dignidade nos serviços de saúde, direitos sexuais e reprodutivos,
empoderamento das mulheres, meninas e comunidades, e soluções para as crises
humanitárias e situações mais frágeis em nossa região”, afirmou Bachelet.
O acordo
regional visa dar início à implementação nas Américas da Estratégia
Global para a Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente 2016-2030, um
roteiro lançado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas para melhorar as
condições de vida desses segmentos. O brasileiro e vice-diretor-executivo do
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Luiz Loures,
ressaltou que a “América Latina e o Caribe são os primeiros a ter uma
coordenação regional (para a estratégia global)”. Os Países que aderiram ao
Compromisso também garantem que abordarão as desigualdades de gênero, étnicas e
de direitos humanos. O documento reconhece que essas três dimensões estão
interligadas, podendo ser agravadas por situações de discriminação. Entre as
ações prioritárias definidas pelo documento, está a promoção da qualidade no
atendimento e do acesso universal aos serviços de saúde. Também estão previstos
o fortalecimento da cooperação entre Estados para abordar contextos específicos
e a realização de ações multissetoriais dentro e entre os Países signatários.
A assessora
regional de saúde sexual e reprodutiva do Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA),
Alma Virgínia Camacho, afirmou que “a estratégia prioriza o princípio de ‘não
deixar ninguém para trás’, que é consistente com a Agenda 2030“. Ainda segundo a
especialista, o acordo está em consonância com o mandato da agência da ONU, que
busca contribuir com um mundo no qual cada gravidez seja desejada, cada parto
seja seguro e cada jovem possa alcançar seu pleno potencial. P/ COMPAZ/FC.