quinta-feira, 17 de novembro de 2016



Via Folha Cultural/FC



O Samba na condição Arte de Cultura Negra...



       Neste Novembro de 2016, o Samba completa 100 anos, foi em 1916, que Donga e Mauro de Almeida, registrou “Pelo Telefone” e para comemorar esta data o pessoal da Negha-Rio que faz seus passeios guiados com doutores e doutorandos da UERJ, irá pela região que o samba nasceu e teve sua primeira infância, ali pela Praça XI e o Estácio, local para quem quiser me matar de amor, isso no dia 29 de Abril.
No dia 10 de Maio o passeio será pelo Cais do Valongo, local de chegada dos escravos que um dia iriam dar ‘cara’ ao maior movimento cultural brasileiro.






 Representantes da Ala Mirim do G.R.E. de Samba Bom das Bocas/Três Rios -RJ.Br.

 Orixá e sambas - enredo... 
              
Escolas pecam pela carnavalização do que deveria ser mistério
                                                                 De: Nei Lopes *

Parece que foi com o enredo Festa dos deuses  afro - brasileiros, da Escola de Samba  Em Cima da Hora, em 1974, que os enredos sobre orixás e outras divindades africanas viraram moda no carnaval carioca . Tão em moda que, de lá pra cá, no Rio e São Paulo, não há ano em que não se volte ao tema, às vezes em doses triplas. Mas a história vem de mais longe.
Em 1938, a coreógrafa e bailarina afro-americano Katherine Dunham, então com 28 anos de idade, motivada pelo trabalho da antropóloga, também afro-americano, Zora Neale Huston – que, no mesmo ano, depois de muita pesquisa, publicava o livro Tell My Horse, sobre comunidades negras da Jamaica – viajava pela primeira vez a Cuba. A viagem tinha objetivos declaradamente artísticos, mas acabou ganhando caráter religioso, já que durante sua estada em Havana, Miss Dunham fez-se iniciar na religião dos orixás, lá genericamente chamada santería.
 A partir daí, o trabalho da coreógrafa, que já baseava em séria pesquisa etnográfica fez o mundo reconhecer a beleza e o valor das danças de origem africana, abrindo caminho para a consolidação de uma tradição coreográfica e o surgimento de uma Dança negra contemporânea.
 Em 1952, Katherine Dunham, em visita ao Brasil, foi protagonista de um episódio de discriminação racial vergonhosa, porém de importantes consequências, pois foi o estopim para promulgação da primeira Lei Afonso Arinos. Mas, além disso, sua presença entre nós legitimava as exteriorizações do culto aos orixás jeje - nagôs (oriundo do eixo Nigéria/Benim), fazendo com que danças, trajes cerimoniais, cânticos rituais, atabaques e agogôs saíssem da clandestinidade para chegar aos palcos do teatro musicado.
 Não podemos assegurar; mas, muito provavelmente, levada pelo núcleo dirigente do operoso Teatro Experimental do Negro, à frente o saudoso artista e ativista Abdias Nascimento, Kaye Dunn ( seu nome literário) deve  Ter conhecido o terreiro do célebre Joãozinho da Goméia, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. E lá, assim como sua discípula Mercedes Baptista, mãe da Dança afro no Brasil, deve ter assimilado  muita matéria-prima para sua obra.
 A coreógrafa americana certamente sabia que, no Haiti, um dos vocábulos que definem o conceito de orixá é mystè, forma local para o francês mystère. Porque toda entidade espiritual africana é, em essência, um mistério, um sagrado, um dogma, a ser tratada com respeito, precaução e cautela – atividade da qual, na atualidade, o povo das Escolas de Samba, tanto no Rio quanto em São Paulo, parece que vem se esquecendo.



 Em busca do efeito e desprezando a Essência, as escolas dão, desde a fatídica década de 70, grande ênfase aos enredos de temática africana. Mas quase sempre pecam em dois “quesitos”: primeiro, na carnavalização do que deveria ser mistério; depois, na reprodução da falsa ideia de que a História da África sempre se contaria a partir do escravismo, como se nada lá houvesse ocorrido antes da chegada dos primeiros europeus, no Século XV.
 No oitavo Século da Era Cristã, viajantes árabes já se surpreendiam, no oeste africano, com a abundância  de ouro, sustentáculo de um centralizado e poderoso império que efetivamente atuava como “intermediário” entre as áreas de produção, ao sul, e as do consumo, ao norte do Saara e às margens do Mediterrâneo. Esse império era o Antigo Gana, fundado por negros do grupo étnico soninquê, aparentado aos mandingas, o qual, numa sequência histórica, deu lugar aos também poderosos Mali e Songai.
Igualmente fortes e pujantes foram, antes do escravismo europeu, os Estados Axante ( na atual Gana); Ifé, Benin, Oió ( Nigéria); Mossi, Dagomba (Burkina Fasso); além florescidos na Etiópia, no atual Zimbábue, e no antigo Congo, etc.
 A História desses reinos e impérios, com seus heróis e vilões, deuses e demônios, musas e rainhas, bandeiras e estandartes, tambores e chocalhos, está esperando para ser contada nas “avenidas” do Rio e na paulista. Está tudo lá nos oito volumes da História Geral da África, publicada pela UNESCO em parceria com MEC desde 2011, e integralmente disponibilizada na internet.
Então, meu povão... Escravidão já era! A grande Katherine Dunham e Seu João da Goméia  já descansam em paz! Os orixás também precisam descansar!
    Alô, meu povão, se liga!                      * Nei Lopes / Produtor Cultural e Compositor musical

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Via Folha Cultural




O Momento informacional...*Wilson Rodrigues de Andrade.
  Há o sentimento de que perdemos algo fundamental a partir de grande maremoto informacional que teve início na divisão dos anos de 1970 para os de 1980: a delicadeza com que a síntese hippie temperou a contra contracultura nas Décadas da denominada Guerra Fria; pois, certo gosto pela contemplação, flores no poder, noites hipnóticas no firmamento, o estar no campo, nas lides  rurais, tudo foi de repente abalado por ventos tensos; o Mundo no giro veloz. O brilho psicodélico deu lugar ao brilho psicopático, a corrida pelo Poder. Os anos 1980, com suas diversas belezas. Foi sintonizado um novo arranjo orbital saído da História, a nos apoiar no Presente o único contexto possível.
 A partir dos anos 1990, a emergência da Era da Informação iniciou o processo de colonização das mentes. O coletivo e o individual passaram a se confundir: postados, ao mesmo tempo, uma Praça que congrega multidões e absolutamente sós, na ‘caverna’, este universo! Possibilita-nos conversar com inúmeras pessoas simultaneamente, multiplicando o Tempo, e assim, escrevendo na velocidade do pensamento. Este tempo multifuncional para os sentidos nos leva a uma experiência irreal, estrangeiro (através de um tubo intermediário)..., a realidade imediata passou a se situar num labirinto de intersubjetividade localizado numa rede de signos digitais que, se assim for o desejo, pode dar conta de toda atividade relacional.
A outra ponta dessa inversão está, justamente, na Vida exterior: a rua, os corpos, a matéria, o sol, o outro “em pessoa” adquirem o status de virtualidade, fenômenos localizados “fora” do somatório de representações que cabe no espaço infinito da rede. Não é nem preciso estar em casa para aderir a esta célula existencial divorciada do mundo “concreto”: um taxista moderno sequer se comunica com o passageiro, conectado que está, durante toda a viagem, ao monitor que emite freneticamente avisos de itinerário dos novos aplicativos matriciais que facultam ao usuário ver o taxi em movimento numa tela.
Este Momento do mundo conectado também produz maravilhas. Janelas comunitárias, espírito cooperativista, mobilizações humanitárias, poder de organização, e essa interessante possibilidade de estar ora no centro ora na periferia, curtir e ser curtido, ‘pular de um galho para o outro’, pertencer a varias tribos e nenhuma, dissipar-se no consumo cultural sem necessidade de uma mediação canônica (padrão / regra...), para cada criação e cada escolha.
A maior dificuldade de nossos tempos atuais, sobretudo quando habitamos nesta metrópole virtual, é de caráter cognitivo.  Todo o Renascimento, toda a Ciência, toda a tecnologia, toda a História, todas as revoluções, todas as psicologias e sociologias, todas as filosofias, o saber todo acumulado não foram capazes de conter a irresistível paixão pelas ignorâncias nem a transformação dada vez mais radical do outro em simples objeto especulativo sobre as cogitações do “eu”. Pôr-se no lugar do ouro ( no lugar de se ver no outro) , ouvir o que o outro diz, seus gestos que também fala; tudo isto poderá ser a próxima revolução (a essência deste Ato será promovermos melhoras momento para as  relações sociais). Adaptações de *Wilson Rodrigues de Andrade/ Jornalista e Produtor Cultura

domingo, 13 de novembro de 2016

Via COMPAZ - Folha Cultural/FC




A Sociedade Civil, isto é, dos Cidadãos e das Cidadãs ou de Grupos privados da Sociedade; sendo firmadas informal ou espontaneamente ou constituídas legalmente e com representação institucional – parte da participação Popular, constrói-se em torno de embate para interesse coletivo e de Indivíduo – uma sociedade politicamente saudável (Foi Pres. dos EUA /Tomas Woodrow Wilson (22/Dez./1856-1924) 


  Sobre a ARTE/ A Arte - é Amorosa. Vive em Amorosidade! Só há Progresso na Vida Interior através do melhor Convívio com a Arte (*WRA/fev. ...