quinta-feira, 8 de março de 2018



Por que celebramos o Dia Internacional da Mulher em 8 de Março?


        A versão mais popular da origem do Dia Internacional Da Mulher diz que a criação da data comemorativa foi por causa do incêndio em uma fábrica de roupas  em Nova York. Porém, a história é um pouco diferente. Ainda que o incêndio tenha marcado a história, ele ocorreu em, 25 de Março de 1911.
       A socióloga Eva Blay, em artigo para a revista “Estudos Feminstas”, da Universidade Federal de Santa Catarina, explica em um artigo que as origens do Dia Internacional da Mulher são anteriores ao incêndio.





Marchas e protestos
      O Dia Da Mulher foi mencionado pela primeira vez em 1908, em uma marcha nos Estados Unidos que aconteceu em fevereiro daquele ano, em que mulheres socialistas protestavam pelo direito ao voto e melhores condições de trabalho. No ano seguinte, a manifestação reuniu mais de duas mil pessoas.
      Em 1910, na Dinamarca, aconteceu o II Congresso De Mulheres Socialistas. Durante o encontro, Clara Zetkin, professora, ativista e jornalista voltada para o feminismo e igualdade de gênero, sugeriu a criação da data comemorativa, sem dia definido. Já em 1911 aconteceram passeatas com o tema na Dinamarca, Suíça, Alemanha e Áustria.
O papel do famoso incêndio
        No fim do século 19 e começo do 20 as condições de trabalho eram sofríveis. Entre outros abusos, era comum que os donos de fábricas trancassem as portas e escondessem os relógios para que os funcionários perdessem a noção do tempo e trabalhassem mais, e na Triangle Shirtwaist Company não era diferente. O que não se esperava é que durante o “expediente” começasse o incêndio.
Relatos indicam que haviam 600 pessoas no dia, em sua maioria mulheres entre 13 e 23 anos. Ao começar o fogo, os trabalhadores correram para o elevador, portas, janelas e terraço, tentando escapar, entretanto pelo fato da porta estar trancada, muitos não conseguiram escapar e pularam para morte. Outros morreram asfixiados por conta da fumaça e do fogo. No total morreram 146 pessoas, sendo 21 homens e 125 mulheres.
A comoção foi tanta que dia 5 de abril, 100 mil pessoas se reuniram debaixo da chuva para acompanharem o funeral coletivo das vítimas.
Hoje o local é ocupado pela Universidade De Nova York, que tem uma placa na frente explicando que “neste lugar, em 25 de março de 1911, 146 trabalhadores perderam suas vidas no incêndio da Companhia de Blusas Triangle. Deste martírio resultaram novos conceitos de responsabilidade social e legislação do trabalho”.
8 de março
           Várias manifestações intituladas de “Dia da Mulher” estavam acontecendo, porém foi na Rússia, em 1917, que aconteceu a primeira marcha no dia 8 de março. Trabalhadoras se reuniram por melhores condições de trabalho e contra a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial. 
          A partir dos anos 1960 a data passou a ser escolhida com frequência para os protestos a favor da igualdade de gênero, inclusive no Brasil durante a ditadura de 1964, e foi aos poucos se tornando, não oficialmente, o Dia Da Mulher, até 1975 quando a ONU declarou 8 de Março como o Dia Internacional Da Mulher.
           No Dia da Mulher, quando todos os olhos se voltam para a igualdade de gêneros, dados da União Interparlamentar, mostram que somente 23,4% dos deputados, senadores e parlamentares em todo o mundo são mulheres. Apesar de baixo, o número cresceu ao longo dos anos – em 2013 eram apenas 11,3% –, mas ainda está muito longe do ideal.
           Os países nórdicos lideram o ranking como a região com as melhores taxas de participação feminina na política, são 41,4% de mulheres parlamentares. Ruanda, um pequeno país no nordeste da África é, contudo, o país que possui a maior participação feminina em sua Câmara de Deputados e Senado: 61,3% dos assentos são ocupados por legisladoras. Outros países africanos como Senegal, Namíbia e Moçambique também apresentam taxas bastante surpreendentes.
             Na América do Sul, se destacam Bolívia, Argentina e Equador. O Brasil aparece no fim da lista da região e na 155a posição mundial para representação parlamentar feminina: são apenas 10,7% no Congresso nacional. Via COMPAZ/ Folha Cultura/ 8-Março-18.

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