quarta-feira, 9 de março de 2016


Via UNIC-Rio/COMPAZ/Folha Cultural

Com apoio da ONU, empresas brasileiras participam da construção de políticas em direitos humanos

Em iniciativa inédita, conferência promovida pela Rede Brasileira do Pacto Global teve como objetivo incluir o setor privado no debate sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e na criação do Plano Nacional de Ação sobre Empresas e Direitos Humanos.
As propostas foram aprovadas em plenária pelos representantes de 32 organizações. Foto: Fellipe Abreu/Pacto Global da ONU
As propostas foram aprovadas em plenária pelos representantes de 32 organizações. Foto: Fellipe Abreu/Pacto Global da ONU
O Setor privado brasileiro deu um importante passo rumo à construção de políticas públicas na área de Direitos Humanos. Por iniciativa da Rede Brasileira do Pacto Global (RBPG), representantes de 32 Organizações – a maioria empresas – participaram, no último dia 25 de fevereiro, em São Paulo, da Conferência Livre: Direitos Humanos e Empresas.
O objetivo foi incluir o Setor privado no debate sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e na criação do Plano Nacional de Ação sobre Empresas e Direitos Humanos. Trata-se de uma iniciativa inédita, uma vez que é a primeira vez que empresas participam da discussão desde a I Conferência Nacional de Direitos Humanos, há 19 anos.
O Evento contou com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Edesp-FGV).
“A participação das empresas no debate sobre direitos humanos no Brasil era imprescindível. Queremos ser uma voz bastante ativa para colocarmos nossas preocupações, assim como ouvir”, afirmou a coordenadora do Grupo Temático de Direitos Humanos e Empresas do Pacto Global, Heloísa Covolan, assessora de responsabilidade social da Itaipu Binacional.
“Em muitos casos, é o setor privado o principal violador ou corresponsável nos casos em que a violação acontece nas cadeias de fornecimento. Portanto, o Pacto Global tem total interesse em colaborar com o governo e enriquecer o debate e a elaboração dos planos”, acrescentou.
Em linhas gerais, as propostas definidas em plenária – e extraídas da discussão de três Grupos de Trabalho (leia aqui) – estabelecem as diretrizes do Plano Nacional de Ação sobre Empresas e Direitos Humanos. Foi reivindicado um processo participativo, com todos os atores envolvidos, e coordenado por um grupo intergovernamental que garanta o diálogo com outras esferas do governo. A Conferência Livre também elegeu duas delegadas e aprovou duas moções (clique aqui).
Além disso, foi solicitado um papel proativo do Estado em dar suporte e cobrar das empresas mecanismos de identificação, prevenção e mitigação de impactos em direitos humanos em suas atividades.
As propostas serão encaminhadas à Comissão Organizadora Estadual, para serem incorporadas às Conferências Nacionais Conjuntas de Direitos Humanos, que acontecem entre os dias 25 e 29 de abril, em Brasília.
Em 2014, o Conselho de Direitos Humanos da ONU reconheceu a importância do papel dos planos nacionais de ação como uma ferramenta para a promoção dos Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos – criados em 2011 –, encorajando que todos os Estados-membros das Nações Unidas avancem no desenvolvimento do Plano.

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