Diretora-geral da UNESCO visita Museu do Índio
Irina Bokova destacou a preocupação da Unesco com a salvaguarda dos idiomas indígenas e lembrou que "cada língua que desaparece é toda uma memória, toda uma cultura que desaparece". Ela disse também que preservar esse patrimônio extraordinário para a humanidade é um dever de todos.
Entre as ações do PROGDOC, estão a formação de pesquisadores indígenas e a criação de arquivos digitais, em centros de documentação nas aldeias e no Museu do Índio. Instituições de pesquisa do Brasil e do exterior participaram da iniciativa.
O Projeto de Documentação de Línguas (ProDoclin), que faz parte do PROGDOC, resultou em publicações e material audiovisual produzidos em campo. Esses registros serão distribuídos entre as aldeias e as escolas indígenas, a fim de servir de instrumento de pesquisa e ensino aprendizagem por parte das comunidades.
Neste início do Século 21, documentar as línguas e as culturas indígenas tornou-se uma tarefa urgente. Trata-se de um patrimônio que se encontra sob a ameaça de desaparecer, em grande parte, no decorrer das próximas décadas. O Museu do Índio/FUNAI e a UNESCO incentivam esses projetos com o objetivo de fortalecer os conhecimentos e as práticas culturais compartilhadas por diferentes etnias.
A cerimônia contou com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira, e do presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa.
Para o presidente da Funai, os resultados do programa são motivo de comemoração. Gonçalves da Costa destacou o trabalho do Museu do Índio na guarda da história dos povos indígenas brasileiros e ressaltou a importância desse tipo de políticas públicas, pois "muito ainda precisa ser feito pela juventude, pelas crianças, pela sociedade plural de nosso país".
O ministro Juca Ferreira disse que "não haverá democracia no Brasil se nós não definirmos um papel importante para os povos indígenas dentro da nossa sociedade, garantindo seus territórios, garantindo a possibilidade de preservação das suas tradições e aparelhando-os para que eles possam alcançar uma relação de igual para igual com a sociedade nacional".
O PROGDOC beneficia 35 etnias de norte a sul do Brasil e abrange quatro projetos - Prodoclin (de línguas indígenas), Prodocult (de culturas), Prodocerv (de preservação de acervos) e Prodocson (de documentação sonora). Até o momento, já foram realizadas 331 oficinas de vídeo, de texto e de qualificação de acervo.
A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado; o diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho; e o cacique Akijaboro Kayapó também estavam presentes. Irina Bokova e os demais convidados aproveitaram para visitar a exposição "No caminho da miçanga, um mundo que se faz de contas".
Assessoria de Comunicação Museu do Índio/Rio - Folha Cultural.
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