sábado, 26 de setembro de 2015

Via UNIC-Rio/COMPAZ-FC.

ONU destaca ‘falência’ entre necessidades humanitárias e fundos

“Estamos aqui hoje para falar de um sistema que não deixou de funcionar, mas está falido”, disse o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien aos participantes da discussão sobre o futuro do financiamento humanitário.
 Mulheres deslocadas no Sudão do Sul voltam para seus abrigos após receber ajuda humanitária do ACNUR. Foto: ACNUR/ D.S. Majak
Mulheres deslocadas no Sudão do Sul voltam para seus abrigos após receber ajuda humanitária do ACNUR. Foto: ACNUR/ D.S. Majak
Neste sábado (26/Set./15), as discussões dos líderes globais sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – adotados por unanimidade na véspera na Sede da ONU, em Nova York – tocaram um dos maiores desafios atuais: o crescimento da brecha entre o número de pessoas que precisam de assistência humanitária e os recursos necessários para oferecer essa ajuda.
“Estamos aqui hoje para falar de um sistema que não deixou de funcionar, mas está falido”, disse o Subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien aos participantes da discussão sobre o futuro do financiamento humanitário. Os apelos para operações de emergência subiram em mais de 600% na última década e têm, atualmente, um valor estimado em 20 bilhões de dólares.
Em 2015, a maior parte desse fundo foi destinado a cinco emergências: Síria, Iraque, Sudão do Sul, República Centro-Africana e República Democrática do Congo. “A ajuda humanitária foi desenhada para ser uma medida temporária – uma caixa de primeiros socorros”, observou O’Brien. “Mas hoje, vemos que estamos oferecendo primeiros socorros há anos, enquanto as causas subjacentes da crise continuam sem tratamento.”
O’Brien ressaltou que em muitos casos, as organizações humanitárias se transformam nos principais fornecedores de serviços essenciais, como acesso à água, educação ou saúde, criando dependência e derivando fundos destinados ao desenvolvimento e outras áreas dos governos nacionais.
Em um esforço para encontrar soluções, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, estabeleceu um painel de alto nível para o financiamento humanitário. Os especialistas devem fornecer suas recomendações , até novembro de 2015, a tempo de serem incorporadas na Cúpula Mundial Humanitária, que acontecerá em Maio de 2016 em Istambul (Turquia).
No Encontro deste sábado, O’Brien sublinhou que espera que essas recomendações incluam maneiras de vencer a relutância de investir em grupos locais por causa de problemas de monitoramento e responsabilização. “Grupos locais, incluindo Organizações de mulheres, são chave para a construção de resiliência e são a melhor maneira de criar um impacto duradouro nas Comunidades que elas servem”, concluiu.

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