domingo, 20 de dezembro de 2020

 

Primeiro Centro de Pedágio do Brasil em Ponte – pelas Bandas do Vale do Paraíba/*WRA- Abril/2019.

        Em 1836 teve início, a cerca de, 300 Metros a montante de Remanso atravessado pela Barca, à construção da Ponte sobre o *Rio Paraíba do Sul. Em frente à Vila, atual Sede do Município de Paraíba do Sul/RJ- Brasil. Satisfazia assim o governo da Província aos insistentes pedidos e abaixo-assinados do Povo Sulparaibano, capitaneado pelo ilustre, *Hilário Joaquim de Andrade, este, Presidente da Câmara e Prefeito, e futuro *Barão de Piabanha, por uma Ponte em substituição à antiga Barca dos tempos de, Garcia Rodrigues Paes; transporte que se tornou insuficiente para atender ao grande número de viajantes e bestas de carga que trafegavam pelo Caminho Novo.

 

      Os Construtores tiraram toda a pedra necessária, da Margem Direita do próprio *Rio, e no mesmo local ergueram vastíssimo Barracão para a guarda de ferramentas e morada temporária de trabalhadores Escravos de propriedade dos empreiteiros. A denominada Rua- de - baixo ocupada por Operários que do Barracão foi dividas em casas para os operários, hoje Bairro da Grama.

       Em 1850, ainda não estavam concluídos os Pegões, considerando já a despesa em, 176: 168$758.

      O Engenheiro, Eugênio Augusto Jeane, que firmara com a Província Contrato em, 13 de Dezembro de 1849, para Acabamento da Ponte pelo sistema Pênsil, em vez da Ponte de madeira prevista no primeiro projeto, requereu em, 15 de Novembro de 1852, sua anulação atendendo a impossibilidade de executá-lo. O Contrato foi anulado, encampando as Obras da Província, que se propôs a terminar a Obra.

     Na Construção da grande Ponte de inicio servira na condição de Diretor científico o engenheiro alemão, Júlio Frederico Koeler, este nomeado por Ato de, 1º. De Setembro de 1843.

      Por Contrato de, 27 de Abril de 1854, Celebrado entre o governo Provincial e o então **Barão de Mauá – o Empreendedor, **Irineu Evangelista de Sousa, obrigou-se este a concluir os Pegões, fazer a Ponte de Ferro e dar os trabalhos concluídos em prazo certo. Porém o **Barão, ao desejar construir com toda perfeição e solidez da Obra, julgou conveniente ouvir sobre o novo sistema que nela pretendia adotar, não só os profissionais do País, mas também, engenheiros que, na prorrogação até, 2 de Dezembro de 1856 (Data do Aniversário do Imperador). E o Acabamento exigiu mais um Ano, pois só foi entregue ao Povo Sulparaibano em Dezembro de 1857.

 


       Há de se anotar - neste ponto que o fascinante Processo de construção da grande Ponte – peças em pequenas dimensões, todas elas foram fundidas nas Oficinas Metalúrgicas da Ponta-de-Areia, em Niterói, Localidade das Fábricas do Barão de Mauá; as Peças sob a Direção do Engenheiro inglês, Thomas Butler Dodgson, este o Inventor do sistema de construção, que recebeu seu nome. Estas Peças foram transportadas em lombo de Burros para Paraíba do Sul; uma verdadeira Caravana de Tropas de mulas (para o trafego de tão grande quantidade de Ferro e  dezena de carros próprios). A dificuldade de transporte foi uma das causas do atraso no Acabamento dessa Monumental Obra – para a Época, a mais importante, então, da Província fluminense. As Peças foram fundidas de modo a que seu transporte pudesse ser feito em cargueiros, motivo  para que  nenhum excedesse a três Metros de comprimento, nem que tivesse peso além do que  o animal pudesse suportar.

    Em, 13 de Dezembro de 1857, o *Barão do Piabanha entrega a Ponte ao trânsito público, tendo custado à Província mais 401: 051$745, perfazendo o total de, 577: 503, como constam de Relatório apresentado a, 1º. De Agosto de 1858, por **Mauá.

      Na inauguração houve grande Festa na Vila; compareceram todas as autoridades. Benzeu a Ponte, o Padre Aureliano de Carvalho, e o primeiro Cidadão a atravessá-la foi o popular Reginal Silva, que o fez a cavalo, em disparada, antes mesmo das Viaturas alinhadas na nova Praça da Vila para a tão aguardada Inauguração.

     *Hilário Joaquim de Andrade, que tanto trabalhara e tanto amava a bela, Paraíba do Sul, viu concretizado mais esse Melhoramento, que foi passo gigantesco no Progresso da Vila. Ficou assim substituída a já ultrapassada travessia fluvial pela Barca. O *Barão de Piabanha era mais uma vez conduzida para a Presidência da Câmara e ser o Vereador dos Paraibanos. Baseado em Lei de, 10 de Maio de 1841, estabeleceu a Província as seguintes taxas para a Barreira da Ponte: Cavaleiro, $100; gado vacum (por cabeça) $060; animais muares com carga ou sem ela, $080; animal cerdum, ovelhum ou cabrum (sic) $040; carros de eixo fixo carregado ou descarregado, não excedente de duas parelhas, 1$000; carro de Eixo móvel, carregado, não excedente a três parelhas, 1$500; por parelha de animais em carro acima de designado, mais $160.

         Um dos últimos cobradores na Barreira da Ponte foi o conhecido Brás Ribeiro da Silva, o Brás da Ponte, ele, de numerosa família, domiciliado em Santo Antônio de Encruzilhada.

 O atual Lastro de cimento armado que pavimenta a Ponte, em substituição aos antigos e perigosos Pranchões de madeira, foi lançado em 1921,  por Margarino Torres, Engenheiro, e custeado pelo Estado. A inauguração da referida pavimentação aconteceu em, 22 de Janeiro de 1922.

     

    A Ponte da Paraíba do Sul figura hoje Monumento Histórico Nacional, e como tal merece ser carinhosamente Preservado. Em 1950, Nelson Aguiar, Prefeito de Paraíba do Sul, fez erguer Monumento com Placa para Homenagear ao Brás da Ponte, na Praça do Bairro Santo Antônio de Encruzilhada.

                O melhor Relato da então Cerimônia foi encontrado nas Páginas de, O Diário do Rio de Janeiro, de 21 de Dez. de 1857. “Chovia, mas ainda assim mais de 1.500 Pessoas assistiram à Inauguração da Monumental Ponte. Nesse dia, Luiz da Barca perde o emprego. E, em 1871, pois na Ponte, a 14 de Maio, foi atacado por um cão danado...”.

(Pesquisa e Produção Editorial de: Wilson Rodrigues de Andrade| C/FOLHA CULTURAL/ Abril / 2019)   

 

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