quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

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CEPAL: autonomia das mulheres é imprescindível para a igualdade de gênero. Publicado em

A autonomia socioeconômica das mulheres é um requisito necessário e imprescindível para alcançar uma verdadeira igualdade de gênero na América Latina e no Caribe, alertou a diretora da divisão de assuntos de gênero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), María Nieves Rico. Ela lembrou que ao menos 12 mulheres são vítimas de feminicídio por dia na Região.
O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 5 prevê alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Foto: EBC
O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 5 prevê alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Foto: EBC.

A autonomia das mulheres é um requisito necessário e imprescindível para alcançar uma verdadeira igualdade de gênero na Região latino-americana e caribenha, afirmou nesta terça-feira (10) a diretora da divisão de assuntos de gênero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), María Nieves Rico, no quarto capítulo de “Horizontes CEPAL”, novo programa multimídia desse organismo das Nações Unidas.
Em entrevista, a oficial da ONU abordou o processo de construção da Agenda regional de gênero durante as últimas quatro décadas sob o enfoque de direitos humanos, e identificou os principais objetivos relacionados à autonomia das mulheres em três dimensões - chave: física, econômica e na tomada de decisões.
Dados oficiais dos Países indicaram que ao menos 12 mulheres são assassinadas em média a cada dia na região só pelo fato de serem mulheres, alertou Rico no programa.
“A América Latina e o Caribe é a região do mundo com maiores avanços em legislação sobre violência contra as mulheres”, mas a vontade política expressada nessas leis não é suficiente para erradicar esse flagelo que se sustenta em padrões culturais patriarcais entranhados nas sociedades latino-americanas e caribenhas, explicou.
A Estratégia de Montevidéu, aprovada durante a XIII Conferência Regional sobre a Mulher de América Latina e Caribe, realizada no fim de Outubro/16, no Uruguai, identificou essas práticas como um dos nós estruturais da desigualdade de gênero na Região, disse a oficial da ONU.
A Estratégia de Montevidéu foi adotada para a implementação da Agenda regional de gênero nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e na Agenda 2030.
Durante a entrevista, María Nieves Rico compartilhou alguns dos principais indicadores incluídos no documento “Autonomia das Mulheres e Igualdade na Agenda do Desenvolvimento Sustentável”, apresentado na Reunião no Uruguai.
Ela lembrou, por exemplo, que uma em cada três mulheres na Região não tem renda própria e que mais da metade (55%) não tem renda própria ou recebe menos que o salário - mínimo mensal de seu País. Entre as que têm renda, 23,6% têm renda pessoal abaixo da linha da pobreza.
A especialista afirmou também que a América Latina e o Caribe foi a primeira Região do mundo a ter leis de cotas para aumentar a participação das mulheres nos cargos de representação popular. No entanto, em nenhum nível da tomada de decisões nos poderes do Estado as mulheres superam atualmente 25% (prefeituras e ministérios) ou 30% (parlamentos e tribunais de Justiça) do total, disse.
“A igualdade de gênero não é apenas igualdade de oportunidades, mas também de resultados”, concluiu Rico.

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