Via Folha Cultural
O Momento informacional...*Wilson
Rodrigues de Andrade.
Há o sentimento de
que perdemos algo fundamental a partir de grande maremoto informacional que
teve início na divisão dos anos de 1970 para os de 1980: a delicadeza com que a
síntese hippie temperou a contra contracultura nas Décadas da denominada Guerra
Fria; pois, certo gosto pela contemplação, flores no poder, noites hipnóticas
no firmamento, o estar no campo, nas lides
rurais, tudo foi de repente abalado por ventos tensos; o Mundo no giro
veloz. O brilho psicodélico deu lugar ao brilho psicopático, a corrida pelo Poder.
Os anos 1980, com suas diversas belezas. Foi sintonizado um novo arranjo
orbital saído da História, a nos apoiar no Presente o único contexto possível.
A partir dos anos
1990, a emergência da Era da Informação iniciou o processo de colonização das
mentes. O coletivo e o individual passaram
a se confundir: postados, ao mesmo tempo, uma Praça que congrega multidões e
absolutamente sós, na ‘caverna’, este universo! Possibilita-nos conversar com
inúmeras pessoas simultaneamente, multiplicando o Tempo, e assim, escrevendo na
velocidade do pensamento. Este tempo multifuncional para os sentidos nos leva a
uma experiência irreal, estrangeiro (através de um tubo intermediário)..., a
realidade imediata passou a se situar num labirinto de intersubjetividade
localizado numa rede de signos digitais
que, se assim for o desejo, pode dar conta de toda atividade relacional.
A outra ponta dessa inversão está, justamente, na Vida
exterior: a rua, os corpos, a matéria, o sol, o outro “em pessoa” adquirem o
status de virtualidade, fenômenos localizados “fora” do somatório de
representações que cabe no espaço infinito da rede. Não é nem preciso estar em
casa para aderir a esta célula existencial divorciada do mundo “concreto”: um
taxista moderno sequer se comunica com o passageiro, conectado que está,
durante toda a viagem, ao monitor que emite freneticamente avisos de itinerário
dos novos aplicativos matriciais que facultam ao usuário ver o taxi em
movimento numa tela.
Este Momento do mundo conectado também produz maravilhas.
Janelas comunitárias, espírito cooperativista, mobilizações humanitárias, poder
de organização, e essa interessante possibilidade de estar ora no centro ora na
periferia, curtir e ser curtido, ‘pular de um galho para o outro’, pertencer a
varias tribos e nenhuma, dissipar-se no consumo cultural sem necessidade de uma
mediação canônica (padrão / regra...), para cada criação e cada escolha.
A maior dificuldade de nossos tempos atuais, sobretudo
quando habitamos nesta metrópole virtual, é de caráter cognitivo. Todo o Renascimento, toda a Ciência, toda a
tecnologia, toda a História, todas as revoluções, todas as psicologias e
sociologias, todas as filosofias, o saber todo acumulado não foram capazes de
conter a irresistível paixão pelas ignorâncias nem a transformação dada vez mais
radical do outro em simples objeto especulativo sobre as cogitações do “eu”.
Pôr-se no lugar do ouro ( no lugar de se ver no outro) , ouvir o que o outro
diz, seus gestos que também fala; tudo isto poderá ser a próxima revolução (a
essência deste Ato será promovermos melhoras momento para as relações sociais). Adaptações
de *Wilson Rodrigues de Andrade/ Jornalista e Produtor Cultura
Nenhum comentário:
Postar um comentário