Caminhos das tradições do Natal...
...Independente de
sua crença, 25 de dezembro merece ser celebrado. Pois o que se comemora não é
apenas o Natal, patrimônio de uma religião, mas o renascimento de mulheres e
homens.
Se sua crença
for o cristianismo, você poderá dizer que ele é o Filho de Deus que veio a Terra
como salvador. Se for o islamismo, dirá que é um dos maiores Profetas e o Selo
da santidade. Se judaísmo, você poderá encará-los como um grande Rabino e
mestre da cabala. O hinduísta dirá que é um Siddha
(iogue perfeito) e até mesmo um avatar (
encarnação divina). No budismo, se poderá afirmar que Ele é um iluminado que
nos revelou o Caminho do Amor. Se sua crença for o Candomblé, você poderá dizer
que é uma manifestação de Oxalá, o pacificador.
E, se você for ateu, argumentará que Ele é um professor que ensinou a
humanidade a ser melhor. Seja sua crença alguma dessas ou qualquer outra,
sempre haverá um motivo para celebrar o Natal.
Natal
é Nascimento. Renascimento. Na antiga Roma, 25 de Dezembro era o dia em
que se comemorava o Solis Invictus (Sol Invencível). O festival acontecia logo
depois do Solstício de Inverno (21 de Dezembro no Hemisfério Norte), quando a
trajetória descrita pelo movimento aparente do Sol ocupa a posição mais baixa
no Céu. Quase engolido pelas trevas, o Astro volta então a ascender no
firmamento. E era esse triunfo da Luz que os romanos celebravam. Para os
cristãos, que reconheceram em Jesus tantas qualidades solares atribuídas ao
deus grego Apolo, foi uma solução natural transformar a festa pagã na
comemoração de Natal, cuja data não havia o real momento. Tal assimilação aconteceu
por volta do ano 330 D.C.
Essa
reedição do ritual pagão pelo cristianismo nascente pode nos
surpreender. Mas, na trajetória, há uma relação de crescimento e mudança entre as
várias tradições espirituais. Caminhamos
sobre as pegadas daqueles que nos antecederam. Cada cultura elabora seu mapa do Caminho. Porém o território
possui uma riqueza de detalhes que nenhum mapa é capaz de abarcar. Por melhor
que seja nossa descrição, a realidade está sempre além. No desígnio reiterado
de abraçar o real, precisamos reconhecer as descrições complementares. E esse
princípio deveria reger o diálogo entre as tradições.
Pesquisa/adaptação de Andrade, Wilson
Rodrigues /2016.
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