terça-feira, 6 de outubro de 2020

 

Nos deixa o jornalista Zuza Homem de Mello - Jornal da ABI/ 05/10/2020

Por Ricardo Carvalho, diretor da ABI em São Paulo ( Foto no  PC-WRA)

Se você for ao Google neste exato momento e escrever Zuza Homem de Mello vai encontrar, no mínimo, 107.000 referências sobre ele. Isso: 107 mil, o que é um justo reconhecimento ao trabalho incansável do Zuza pela música. Desculpe – Música com letra maiúscula. Sim, porque ele é reconhecido também como musicólogo que, segundo o culto dicionário Houaiss, é o ser humano “que se dedica ao estudo da ciência da música, que incluiu todos os aspectos teóricos: acústica, estética, bibliografia, instrumentos, história, biografia, instrumentos, harmonia e notação”.

Com seu sorriso cativante, seu jeito elegante de capitão de veleiro, como diz o amigo Johnny Savala, tenho certeza que o Zuza vai se divertir com as sugestões que irão surgir.


As redes sociais passaram o domingo repercutindo a morte do Zuza, aos 87 anos. Gilberto Gil, por exemplo, escreveu: “Sinto muito pela passagem de Zuza Homem de Mello, pesquisador, crítico e jornalista musical, com quem estive recentemente para a gravação do programa “Muito Prazer, Meu Primeiro Disco”, do qual ele foi curador”. Sem contar a linda matéria que o programa “Fantástico” fez sobre o Zuza.

A família, liderada pela mulher dele, a doce Ercílio Lobo, distribuiu a notícia também pelo zap: “Com enorme dor no coração comunicamos que perdemos o nosso querido Zuza nesta madrugada”. Ela pediu também que ninguém fosse vê-lo. E para a última despedida autorizou a transmissão ao vivo das imagens do Zuza do local onde se deu o velório, com a seguinte mensagem: “Aos queridos amigos, segue o link caso queiram se despedir virtualmente do nosso querido Zuza! https://youtu.be/dFIGaH01xJ4.

Como jornalista, foi convidado para os mais importantes festivais mundiais de música — Montreux, Edimburgo, Nova York, New Orleans, Barbados, Paris, Midem de Cannes, Tóquio, Montreal e Perugia. Zuza integrou a equipe dos dois Festivais de Jazz de São Paulo (1978 e 80) e foi curador do elenco do Free Jazz Festival desde sua primeira edição, em 1985, e depois do seu sucessor, Tim Festival. Foi membro e presidente da Associação dos Pesquisadores da MPB. Crítico musical sem destruir carreiras, Zuza era talvez o mais exigente de todos os críticos, por uma questão básica: ele era também músico, exímio baixista e lia partituras, ou seja, sabia o que falava.

Vale a pena cortar e colar o que a Wikipédia fala dele...

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