sexta-feira, 26 de abril de 2019


TIRADENTES... ( Texto pesquisa histórica e Produção Editorial. *Wilson Rodrigues de Andrade – Edição de Abril de 2019)


               TIRADENTES e sua Defesa pelo Ideário de Liberdade...
          
     Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, projetou-se na História como a alma da Conjuração mineira. Na Vila Rica de Ouro Preto homens de proa da Capitania de Minas Gerais integraram-se, desejosos de pôr fim ao jugo de Portugal. A trama era intensa e extensa, sempre inspiradas em nobres ideais de liberdade e justiça para todos. Todo este proceder permeado de ação aglutinadora e ardorosa de Tiradentes – esta alcançando a dimensão e o mais sério Movimento de libertação nacional emergido no Brasil antes da Independência.
            Um pouco de Conjuração mineira – Movimento de inspiração libertaria e republicana, pela Independência da Capitania de Minas Gerais, em fins do Séc. XVIII, durante o vice-reinado português no Brasil. A atividade da mineração provocou a montagem da máquina administrativa em Minas. O povoamento foi rápido e o comercio intenso. Desenvolveu-se vida urbana original, enquanto a sociedade ficou mais aberta, com isto a oferecer perspectivas aos grupos médios. Como a riqueza parecia inesgotável nos primeiros decênios do Séc. do período, instalou-se severo aparelho fiscal: o governo cuidou de tributos, desinteressado de melhorar as condições de trabalho. Com a quedada produção, na segunda metade do Séc., ficou difícil arrecadar o mínimo fixado de 100 arrobas de Ouro (correspondente ao Quinto). Se a importância não era atingida, apelava-se para a Derrama (cobrança extorsiva, feita em Minas Gerais, dos impostos ou quintos atrasados, para que a Metrópole não ficasse privada de seu quinhão sobre o produto do trabalho das populações, sobretudo a mineração), mesmo os que não eram mineradores, com somas arbitrariamente estipuladas. A Capitania tinha tradição de luta, desde os primeiros anos, e citamos a guerra dos emboabas, a sedição de 1720, além de levantes menores. Além da divida crescente dos povos com a ameaça da derrama, havia queixas contra as arbitrariedades de governantes com de Luiz da Cunha Meneses... Em 1789 – era grave a situação: a debilidade econômica  elevara a dívida do Quinto a 596 arrobas de Ouro, além de muitas dividas de contatos. O novo governador, Visconde de Barbacena, chegava, em 1788, este disposto a executar a cobrança, a da Derrama e de outros tributos.


 Marco em Homenagem Ao Alferes Xavier/ em Sebollas- Paraíba do Sul/Rio de Janeiro- BR. Tiradentes pregou aqui... ( Museu e Paço Sagro- Histórico)



            Minas torou-se o Cenário da Inconfidência (para os de Portugal...) porque era neste ponto que se mostrava mais opressivo o poder da Metrópole, instigada pela ânsia de arrecadar o máximo de Ouro que a Capitania mineirava.
             A tirania fiscal assumia proporções intoleráveis e tornava quase impossível viver com dignidade na terra das grandes riquezas minerais. Entre os participantes da Conjuração mineira estavam o juiz e poeta Tomás Antonio Gonzaga; o advogado e intelectual Cláudio Manoel da Costa; o minerador e poeta Alvarenga Peixoto; os religiosos padres: Rolim, Toledo e o cônego Luíz Vieira; o letrado José Alves Maciel; o militar tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade; o fazendeiro José Aires Gomes; e muitos outros homens de boa condição social e de fortuna. TIRADENTES, dentre eles, era o de menor projeção, porém o com mais ardor e o que abraçava e defendia as idéias de rebelião e Independência. Suas andanças de Alferes (oficial  porta-estandarte...), proporcionaram-lhe ocasiões de, em pontos diversos da Capitania, promover pregação dos ideais de liberdade e emancipação, convencendo amigos e conhecidos, até conquistar  a adesão de superiores. O entusiasmo de XAVIER no esforço do propagar, deste modo, alicerçou a união de propósitos dos inconfidentes. Estavam estes empolgados pela beleza e pela força de atração do ideário da Revolução Francesa e da Declaração de Independência da América do Norte. Mas intensivo ante a perspectiva de converter as ideias em campanha e luta. A delação de um traidor pôs a perder a bem ‘costurada’ trama da Inconfidência. O peso da repressão caiu cruelmente sobre os conjurados, que, mantidos presos durante três anos, de 1789 a 1792, sofreram com rigor as conseqüências da sua conformação e do seu idealismo.   Vários deles, nos longos depoimentos a que foram submetidos, desceram aos desabafos acusadores e às censuras recíprocas. Não TIRADENTES, o Alferes José Joaquim da Silva Xavier chamou a si a responsabilidade do Movimento; confirmou sua conspiração pela Liberdade; Ele mostrou sua posição de não comprometer os companheiros. Com serenidade e altivez, a mais cabal demonstração de que o seu ideal de Liberdade e o seu amor pela Pátria livre eram tão grandes quanto o seu apreso pela sinceridade e pela lealdade. TIRADENTES foi o único Conjurado contra que m se manteve a condenação à morte. A todos os demais, comutou-se apena para degredo. Xavier recebeu com alegria o beneficio concedido ais companheiros e caminhou com tranquilidade para o Patíbulo, em 21 de Abril de 1792. TIRADENTES e seu gesto humilde de beijar as mãos do carrasco encheu de comovedora beleza a Cena trágica do enforcamento.                   
           Morria pela Pátria – TIRADENTES o idealista - que era também um homem de caráter, abrindo, com o seu nobre sacrifício, largos rumos de grandeza para a Terra que tanto amara.         

          
Tiradentes de 1748  - Nascimento visionário de nossas Causas...
             O admirável sacrificado da Conjuração Mineira – de dotes cultos, em poucos relatos de sua Historiografia encontraremos a afirmação, este que não passou de Alferes, por ser brasileiro; os portugueses conquistaram postos. TIRADENTES não se prestava a ser adulador; não sabia pedir. Despertando-lhe o sonho de um País emancipado, onde houvesse justiça e prêmio às virtudes.  Joaquim José da Silva Xavier – o que não se pode negar é sua inteligência clara e avançada, muito superior para sua época e de larga iniciativa e até na engenharia e mineralogia. Só uma grande inteligência poderia ser no traço valente, e humilde, e esplendida alma desassombrada que diante da morte – sorri tranquilo e, diante da miséria dos companheiros, Xavier consegue ter alento para perdoar. Ele teve a visão que se não tinha ainda: uma Cidade como o Rio de Janeiro; com o futuro do Rio, exigia com urgência um perfeito abastecimento de água e um Porto onde não faltassem trapiches – os Galpões  e Armazéns, isto em, 1784 para 1788.

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