sábado, 14 de novembro de 2015

Via Fórum Internacional das Plataformas Nacionais das ONGs./ COMPAZ-FC.
Nova York (e mundo), 27 de setembro de 2015. O setor privado foi promovido a ator chave na entrega dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) até 2030, mas se houvesse qualquer dúvida quanto ao papel da sociedade civil nesta jornada de 15 anos, o evento de alto nível de hoje, Para Além de 2015 (Beyond 2015), mostrou que a realidade é outra.
O evento “Implementar a agenda pós-2015 – construir liderança política para a mudança transformadora” viu líderes mundiais e a sociedade civil reunirem-se para celebrar as ações positivas que já foram tomadas o âmbito dos países e o papel que cada um tem que exercer para passarmos das políticas para a ação.
Se queremos assegurar que esses objetivos se tornarão uma realidade e atingirão as pessoas no âmbito local, os governos e a sociedade civil precisam trabalhar juntos.
Apenas por meio de parcerias teremos certeza de que ninguém será deixado para trás. A sociedade civil tem um papel crucial na promoção da consciência dos objetivos universais, trazendo-os ao contexto local, e pressionando os líderes para que prestem contas. “O ônus de implementar os objetivos recai sobre todos nós. Já vai longe o tempo em que a sociedade civil e o setor privado ficavam de fora apontando o dedo. É hora da sociedade civil se tornar parte da solução”, declarou o Dr. Jakaya Mrisho Kiwete, Presidente da República Unida da Tanzânia.
Os governos da Tanzânia, Colômbia, Quênia, Indonésia e Suécia reconheceram hoje que não podem trabalhar sozinhos e que devem envolver a sociedade civil para assegurar que os novos objetivos sejam apropriados em âmbito local. A Colômbia, por exemplo, definiu o diálogo em curso com a sociedade civil como um passo essencial para garantir um processo transparente e eficaz de tomada de decisões. Já o Quênia enfatizou que a participação da sociedade civil é crucial para realizar os trabalhos a serem feitos nos ODSs.
“Precisamos de um coração e não podemos fracassar. Esses objetivos foram assinados em nossa presença e precisamos entregar seus resultados. As pessoas estão olhando para nós e dizendo ‘não falhem conosco agora’, Deus nos ajude”. Este apelo apaixonado veio de Jean Patrice Ngoyi K da Comissão de Justiça, Desenvolvimento e Paz (JDPC), que desafiou os governos a mostrar liderança frente a todos os setores e garantir a participação da sociedade civil para se atingir os objetivos. Antes, Emele Duituturaga da Associação de ONGs das Ilhas do Pacífico (PIANGO) lembrou a todos que “as pessoas e as entidades sem fins lucrativos devem estar à frente e no centro da nova agenda”.
A adoção dos ODSs nesta semana é histórica, mas o evento de hoje serviu para lembrar-nos de que a estrada que temos pela frente é complexa e requer liderança e vontade política para a mudança. Alejandro Barrios da Parceria pelo Desenvolvimento Efetivo (CPDE) arregimentou a sociedade civil a desafiar os governos para garantir os direitos das pessoas, parcerias igualitárias e a enfrentar a desigualdade, enquanto Tanya Cox da PLAN International enfatizou a universalidade da nova agenda, conclamando os países ricos tanto a apoiar os países em desenvolvimento quanto a assegurar o bem-estar e os direitos humanos de suas próprias populações.
Alicia Bárcena, Secretária Executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (ECLAC) e moderadora do evento de hoje, retomou o apelo de Para Além de 2015 aos países para que ajam agora e incluam a sociedade civil na entrega dos ODSs, acrescentando que também é a hora dos países mostrarem concretamente “evidências” e “ações”. Os cinco países na mesa do evento de hoje mostraram liderança política para iniciar o planejamento da entrega dos ODSs juntamente com a sociedade civil. É a hora do resto do grupo fazer o mesmo e de todos os países permitirem que a sociedade civil exerça o seu papel crítico.

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