Pacto Global da ONU promove debate sobre Empresas e Direitos Humanos no lançamento de ‘ Quando negócios não são apenas negócios’, de John G. Ruggie.
Um
dos idealizadores do Pacto Global, autor foi representante especial da ONU na
elaboração dos Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos.
A versão em português da obra “Just Business – Multinacional Corporations
and Human Rights”, de John Ruggie, lançado em 29 de abril de 2014, no
escritório de advocacia Mattos Filho, em São Paulo, com debate sobre Empresas e
Direitos Humanos. O livro foi editado pelo selo Planeta Sustentável, em
parceria com a Rede Brasileira do Pacto Global das Nações Unidas /ONU.
Professor
de relações internacionais na Kennedy School of Government, da Universidade Harvard, John
Gerald Ruggie atuou por seis anos (2005 - 2011) como representante especial da
ONU na elaboração do citado documento (citado a cima), principal referência
para assegurar práticas empresariais responsáveis em todo o mundo. Ruggie é
também um dos idealizadores do referido Pacto (lançado em 2000, pelo então Secretário
- Geral da ONU, Kofi Annan).
Entre
os que participaram do debate de lançamento, Carlos Marcio Bicalho, secretário
de Assuntos internacionais do Ministério da Fazenda; Caio Borges, representante
da Conectas Direitos Humanos; e Estaneslau Klein, coordenador de
Desenvolvimento Socioinstitucional da Samarco. Os especialistas abordaram o
tema a partir de três pontos diferentes: governo, sociedade civil e empresa.
Sobre
o Livro ‘ Quando negócios não são apenas negócios’, lançado originalmente em
2013, conta como John Ruggie conseguiu promover uma mobilização inédita entre
corporações, governos, organizações de trabalhadores e especialistas em Direitos Humanos para a criação e
aprovação da Organização das Nações
Unidas/ONU dos “Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humano”,
popularmente conhecido como ‘Princípios de Ruggie’. Na publicação, o autor
aborda o complexo contexto da
globalização corporativa, com início na década de 1990, em que a liberalização
do comércio, a desregulamentação interna e a privatização aumentaram e
aprofundaram o impacto provocado pelos mercados. Como consequência, surgiram
inúmeras evidências de violações de
direitos humanos por parte das empresas.
Entre
as centenas de denúncias públicas analisadas por Ruggie, destaca-se de trabalho
forçado em fabricas que prestavam serviços a famosas marcas internacionais, o
deslocamento forçado de comunidades nativas para extração de petróleo e gás, e
a entrega de informações pessoais de usuários de internet a governos para fins
de espionagem.
Em
todos esses casos, Ruggie constatou a ausência de regulamentação e a lacuna
jurídica de proteção às vitimas dos abusos. Muitas vezes, os governos não
podiam ou não estavam dispostos a executar leis domésticas referentes ao tema e
as multinacionais não estavam preparadas para a necessidade de administrar os
riscos causados ou sua contribuição para a violação dos direitos humanos em
suas atividades comerciais.
Por
fim, John Ruggie mostrou como chegou aos Princípios Orientadores, afirmando que
Estados devem proteger, as Companhias devem respeitar e os que foram
prejudicados devem ser indenizados.
Pacto
Global da ONU – é a maior
iniciativa voluntária para a Responsabilidade
Social no Mundo, reunindo mais de 12 mil participantes Corporativos em 145
Países. Os signatários se comprometem publicamente em alinhar suas operações e
estratégias aos 10 princípios universalmente aceitos nas áreas de Direitos Humanos, Relação de Trabalho, Meio
Ambiente e combate a corrupção.
No Brasil, o Pacto Global teve início
em 2003, com 31 signatários. Hoje, com Projeto do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento/PNUD, é a 4º. Maior rede, com 593 signatários – entre Empresas
e outra Organizações.
Fonte: Boletim ONU Brasil e WWW.pactoglobal.org.br
e Redação C/FOLHA CULTURA
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