Nossa Homenagem "Semana das Mães" visitantes do Blog do COMPAZ...WRA/15.
Mãe eu volto a te ver na antiga sala
Onde uma noite te deixei sem fala
Dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
Porque a sina das mães é esta sina:
Amar, cuidar, criar, depois... perder.
Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
Já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
Sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
Ainda se volta para abençoá-la.
Assim
parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
Fui
para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silencio frio,
Olhando o leito que eu deixei vazio,
Cantando uma cantiga de ninar.
Hoje
volto coberto de poeira
E
te encontro quietinha na cadeira
A cadeira pendida
sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me
atrevo
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
Não sinto que me caiba este direito.
O direito de dar-te este desgosto,
De te mostrar nas rugas do meu rosto
Toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires a expressão horrível
Da minha máscara irreconhecível
Minha voz rouca murmurar: “sou eu!”.
Eu bebi nas tabernas dos cretinos,
Eu brandi o punhal dos assassinos,
Eu andei pelos braços dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
Eu fui vilão em todas as tragédias,
Eu fui covarde em todas as batalhas.
Eu te esqueci: as Mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
E só
agora, quando chegou ao fim,
Traído
pela ultima esperança,
E só agora quando a dor me alcança
Lembro quem nunca se esqueceu de mim.
Não! Eu devo voltar ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
A cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
E, me envolvendo num milhão de
abraços,
Rendendo graças, diz: “Meu filho!”, e
chora.
E
chora e treme como fala e ri,
E
parece que Deus entrou aqui,
Em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
Quase é como se o Céu me perdoasse,
Me limpasse de todos os pecados.
Mãe
nos teus braços eu me transfiro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, eu tenho Mãe! E esta ventura é
tanta
Que eu compreendo o que significa:
O filho é pobre, mas a Mãe é rica!
O filho é homem, mas a Mãe é Santa!
Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
Mas que me beija como agradecendo
Toda a dor que por mim lhe foi
causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
Mas tu me olhas num tão doce
Que, nada tendo, não te falta nada.
Dia das Mães! É o dia da bondade
Maior
que todo o mal da Humanidade
Purificada
num amor fecundo.
Por
mais que o homem seja um ser mesquinho,
Enquanto
a Mãe cantar junto a um bercinho
Cantará
a esperança para o Mundo.
Versos
de: * Giuseppe Ghiaroni, o poeta de Paraíba do Sul /RJ - poeta e
jornalista, no tempo dele – era
profissão de quem não a tinha / Ghiaroni
nome de ressonância nacional , seus
versos passaram a ser declamados
em todo o país , outros receberam música
( eles que só eram melodias ) e viraram sucesso nas vozes dos nossos
melhores cantores.
FC. /WRA-15.
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