#VidasNegras: Pelo fim da violência contra a juventude negra no Brasil...
Reafirmando o
compromisso de implementação da Década Internacional de Afrodescendentes, o Sistema ONU
Brasil lançou no Mês da Consciência Negra de 2017, a campanha nacional
"Vidas Negras". A iniciativa busca ampliar, junto à sociedade,
gestores públicos, sistema de Justiça, setor privado e movimentos sociais, a
visibilidade do problema da violência contra a juventude negra no País. O
objetivo é chamar atenção e sensibilizar para os impactos do racismo na
restrição da cidadania de pessoas negras, influenciando atores estratégicos na
produção e apoio de ações de enfrentamento da discriminação e violência.
Não permita que o
racismo deixe a juventude negra para trás
No Brasil, sete em cada
dez pessoas assassinadas são negras. Na faixa etária de 15 a 29 anos, são cinco
vidas perdidas para a violência a cada duas horas. De 2005 a 2015, enquanto a
taxa de homicídios por 100 mil habitantes teve queda de 12% para os não- negros,
entre os negros houve aumento de 18,2%. A letalidade das pessoas negras vem
aumentando e isto exige políticas com foco na superação das desigualdades
raciais. Segundo pesquisa realizada pela Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e pelo Senado Federal, 56% da
população brasileira concorda com a afirmação de que “a morte violenta de um
jovem negro choca menos a sociedade do que a morte de um jovem branco”. O dado
revela como os brasileiros têm sido indiferentes a um problema que deveria ser
de todos. A campanha quer chamar atenção para o fato de que cada perda é
um prejuízo para o conjunto da sociedade. Segundo dados
recentemente divulgados pelo UNICEF, de cada mil adolescentes
brasileiros, quatro vão ser assassinados antes de completar 19 anos. Se nada
for feito, serão 43 mil brasileiros entre os 12 e os 18 anos mortos de 2015 a
2021, três vezes mais negros do que brancos. Entre os jovens, de 15 a 29, nos
próximos 23 minutos, uma vida negra será perdida e um futuro cancelado. A
campanha defende que esta morte precisa ser evitada e, para isso, é necessário
que Estado e sociedade se comprometam com o fim do racismo – elemento chave na
definição do perfil das vítimas da violência. O Brasil está entre os 193
países que se comprometeram com a agenda 2030 de desenvolvimento sustentável,
tomado a decisão de não deixar ninguém para trás. Se o racismo tem deixado os
jovens negros para trás, ele precisa ser enfrentado. “Vidas Negras” é um
convite aos brasileiros e brasileiras, a entrar no Debate e promover e apoiar
ações contra a violência racial.
Acesse o site da
campanha: https://nacoesunidas.org/vidasnegras
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