Nos deixa o
jornalista Zuza Homem de Mello - Jornal da ABI/ 05/10/2020
Por
Ricardo Carvalho, diretor da ABI em São Paulo ( Foto no PC-WRA)
Se você for ao Google neste exato momento
e escrever Zuza Homem de Mello vai encontrar, no mínimo, 107.000 referências
sobre ele. Isso: 107 mil, o que é um justo reconhecimento ao trabalho
incansável do Zuza pela música. Desculpe – Música com letra maiúscula. Sim,
porque ele é reconhecido também como musicólogo que, segundo o culto dicionário
Houaiss, é o ser humano “que se dedica ao estudo da ciência da música, que
incluiu todos os aspectos teóricos: acústica, estética, bibliografia,
instrumentos, história, biografia, instrumentos, harmonia e notação”.
Com seu sorriso cativante, seu jeito elegante de capitão de veleiro, como diz o amigo Johnny Savala, tenho certeza que o Zuza vai se divertir com as sugestões que irão surgir.
A família, liderada pela mulher dele,
a doce Ercílio Lobo, distribuiu a notícia também pelo zap: “Com enorme dor no
coração comunicamos que perdemos o nosso querido Zuza nesta madrugada”. Ela
pediu também que ninguém fosse vê-lo. E para a última despedida autorizou a
transmissão ao vivo das imagens do Zuza do local onde se deu o velório, com a
seguinte mensagem: “Aos queridos amigos, segue o link caso queiram se despedir
virtualmente do nosso querido Zuza! https://youtu.be/dFIGaH01xJ4.”
Como jornalista, foi convidado para
os mais importantes festivais mundiais de música — Montreux, Edimburgo, Nova
York, New Orleans, Barbados, Paris, Midem de Cannes, Tóquio, Montreal e
Perugia. Zuza integrou a equipe dos dois Festivais de Jazz de São Paulo (1978 e
80) e foi curador do elenco do Free Jazz Festival desde sua primeira edição, em
1985, e depois do seu sucessor, Tim Festival. Foi membro e presidente da
Associação dos Pesquisadores da MPB. Crítico musical sem destruir carreiras,
Zuza era talvez o mais exigente de todos os críticos, por uma questão básica:
ele era também músico, exímio baixista e lia partituras, ou seja, sabia o que
falava.
Vale a pena cortar e colar o que a Wikipédia
fala dele...
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