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Pesticidas matam 200 mil pessoas por intoxicação aguda todo ano, alertam especialistas Publicado em 10/03/2017
Cerca de 90% das mortes ocorreram em países
em desenvolvimento, onde as regulamentações de saúde, de segurança e de
proteção ao meio ambiente são frágeis. Dois especialistas em direitos
humanos da ONU pediram novo tratado global para regulamentar e eliminar
gradualmente o uso de pesticidas perigosos na agricultura e avançar em
práticas agrícolas sustentáveis.

Foto: Akarsh Simha/Flickr/CC
Dois especialistas em direitos humanos da ONU pediram
nessa semana (7) um novo tratado global para regulamentar e eliminar
gradualmente o uso de pesticidas perigosos na agricultura e avançar em
práticas agrícolas sustentáveis.
De acordo com a relatora especial da ONU sobre o direito à
alimentação, Hilal Elver, e o especialista das Nações Unidas para os
direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos, Baskut Tuncak, os
pesticidas são responsáveis por 200 mil mortes por intoxicação aguda a cada ano.
Eles apontaram que cerca de 90% das mortes ocorreram em países em
desenvolvimento – onde as regulamentações de saúde, de segurança e de
proteção ao meio ambiente são frágeis.
“O uso excessivo de pesticidas é muito perigoso para a saúde humana e
para o meio ambiente, e é enganoso afirmar que eles são vitais para
garantir a segurança alimentar”, afirmaram os relatores em declaração
conjunta.
Eles destacaram que a exposição crônica aos pesticidas tem sido
associada ao câncer, ao Alzheimer e Parkinson, bem como a distúrbios
hormonais e de desenvolvimento e esterilidade.
Agricultores e trabalhadores agrícolas, comunidades que vivem
próximas a plantações, comunidades indígenas e mulheres grávidas e
crianças são particularmente vulneráveis à exposição a pesticidas e
requerem proteções especiais.
Os especialistas enfatizaram ainda a obrigação dos governos de
proteger os direitos das crianças contra substâncias perigosas,
alertando também que certos pesticidas podem persistir no ambiente por
décadas e apresentar uma ameaça para todo o ecossistema, do qual depende
a produção de alimentos.
Embora reconhecendo que certos tratados internacionais atualmente
ofereçam proteção contra o uso de alguns pesticidas, eles enfatizaram
que ainda não existe um tratado global para regular a grande maioria
deles, deixando uma lacuna crítica no quadro de proteção de direitos
humanos.
“Sem uma regulamentação harmonizada e rigorosa sobre a produção,
venda e níveis aceitáveis de uso de pesticidas, a carga dos efeitos
negativos dos pesticidas é sentida pelas comunidades pobres e
vulneráveis em países que têm mecanismos de aplicação menos rigorosos”,
enfatizaram os relatores da ONU.
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