ONU Mulheres lança ação digital com youtubers negras para
combater o racismo. Publicado
em 21/03/2017.
O Dia
Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, marcado em 21 de março,
ganhou o apoio de youtubers negras brasileiras que uniram suas vozes contra o
racismo. A ação digital Youtubers Negras na Década Internacional de
Afrodescendentes (2015-2024) é uma parceria da ONU Mulheres Brasil com a
Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB). O objetivo é mostrar o que deve ser feito na Década
Internacional de Afrodescendentes na visão das
jovens produtoras de conteúdo.
Proclamada em 2015 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Década Afro propõe avanços para a proteção dos direitos da população negra no mundo sob o lema “Povos afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”. A iniciativa é uma continuidade dos compromissos firmados pelos Estados -Membros da ONU com o Plano de Ação de Durban, documento da 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, de 2001, que foi reiterado na Conferência de Revisão de Durban, de 2009.
Conhecidas
pela produção de conteúdo voltado para o empoderamento das mulheres negras no YouTube, Carolina Lima, do canal Já tinha Carol; Lorena Monique, do Neggata,
Patrícia Rammos, do Um abadá para cada dia; Winnie Bueno, do Preta
Expressa; e Xan Ravelli, do Soul Vaidosa, produziram vídeos
especiais sobre o tema. Elas contam um pouco das suas trajetórias e indicam
ações que podem trazer mudanças para o dia-a-dia de mulheres e meninas negras
no Brasil.
“A
visibilidade é um ponto chave para as mulheres negras de todas as idades,
incluindo as do presente, futuro e as do passado, que lutaram pela liberdade e
pela garantia de sobrevivência do povo negro. O racismo e o sexismo apagam as
contribuições das mulheres negras para o desenvolvimento do país, ao mesmo
tempo em que encobrem as violações de direitos humanos das mulheres negras,
impedindo o fim das desigualdades com base na raça, gênero e outras formas de
opressão e de discriminação”, afirma Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres
Brasil./UNIC-Rio COMPAZ/FC. 17.
De acordo com
Ana Carolina Querino, gerente de Programas da ONU Mulheres, o Dia Internacional
pela Eliminação da Discriminação Racial é uma data importante para reafirmar a
necessidade do cumprimento de acordos internacionais no Brasil e o seu alcance
a diferentes públicos. “A ONU Mulheres reconhece a criatividade e a ousadia das
youtubers negras de enfrentarem o racismo na internet e nas redes sociais,
muitas vezes sendo alvo do racismo virtual. As plataformas digitais têm trazido
novos elementos para o debate sobre as necessidades e os modos de vida das
jovens mulheres negras, em particular, e das mulheres negras, em geral. São
pontos de vista que colaboraram para a reverberação das vozes das mulheres,
além de trazer outras demandas para a Década Internacional de
Afrodescendentes”, considera Ana Carolina.
Nos últimos anos, uma profusão de sites, páginas em redes sociais, revistas digitais, blogs e canais de vídeo online têm produzido novas narrativas em contraponto ao racismo e à invisibilidade da população negra. No YouTube, várias mulheres negras partem de vivências pessoais para promover um debate qualificado sobre como o racismo, o machismo e suas consequências incidem em todos os aspectos da vida de afro-brasileiras e afro-brasileiros. É exemplo do protagonismo para a conquista desses espaços a estilista e empreendedora Ana Paula Xogani, a relações públicas Gabi Oliveira, a estudante de Ciências Sociais, Nátali Neri, a jornalista Maíra Azevedo e Sá Ollebar, mãe e formada em recursos humanos.
Outra
iniciativa de destaque é o canal Tá bom pra você, criado pela atriz,
escritora e roteirista Kenia Maria, nomeada Defensora dos Direitos das Mulheres
Negras da ONU Mulheres Brasil neste Dia Internacional pela Eliminação da
Discriminação Racial. Ela, o marido Érico Brás (ator), e os Gabriela e Mateus
Dias falam de forma descontraída e irreverente sobre a escassez de negras e
negros na publicidade brasileira. O espaço foi lançado há três anos e os vídeos
já possuem quase 200 mil visualizações.
O objetivo do
projeto Youtubers Negras na Década Internacional de Afrodescendentes é
destacar o papel positivo de mulheres negras líderes no desenvolvimento de
atividades para o enfrentamento ao racismo e à discriminação racial. A iniciativa
está integrada a estratégia “Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030″,
para o empoderamento das mulheres negras e o combate à discriminação racial e
étnica como condições primárias para o cumprimento dos objetivos da Década
Internacional de Afrodescendentes (2015-2024) em articulação com a Agenda 2030
de Desenvolvimento Sustentável, adotada pelos Estados -Membros da ONU, e a
iniciativa global Por um Planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela
igualdade de gênero, da ONU Mulheres.
Década – Proclamada pela ONU em Outubro de 2015, a Década
Internacional de Afrodescendentes (2015 – 2024) reforça o compromisso das
Nações Unidas com a promoção dos direitos humanos da população negra mundial
reconhecendo que, como vítimas da escravidão, do tráfico de escravos e do
colonialismo, esta população continua exposta às consequências que incidem
decisivamente no seu desenvolvimento humano. Para assistir aos vídeos, basta
acessar o canal das jovens negras na rede social ou acompanhar as páginas
oficiais da ONU Mulheres Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.
Fonte: UNIC-Rio/ C/Folha Cultural.
Fonte: UNIC-Rio/ C/Folha Cultural.
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