(Cont./ África...)

Ao Povo em forma de Arte               ( Box)

Autores: Wilson Moreira

Nei Lopes.

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De quarenta mil anos atrás

A arte negra já resplandecia

Mais tarde a Etiópia milenar

Sua Cultura até o Egito estendia

Daí o lendário mundo grego

A todo negro de “Etíope” chamou

Depois vieram reinos suntuosos

De nível cultural superior

Que hoje são lembranças de um passado

Que a força da ambição exterminou        Bis

Em toda cultura nacional

 Na arte e até mesmo na ciência

O mundo africano de viver

Exerceu grande influência

              O negro brasileiro 

               Apesar de tempos infelizes

              Lutou, viveu, morreu  e se integrou

              Sem abandonar suas raízes ...

              Por isso o Quilombo  desfila

            Devolvendo em seu estandarte

             A história de suas origens

             Ao povo em forma de Arte....

  

Zumbi dos Palmares  *

        ...320 anos da decapitação de Zumbi – Ideal de Igualdade Social...

 Historiadores portugueses preocuparam-se pouco como relatar a História de sua colônia na América no século XVII. Em grande parte dele, esteve o Brasil no domínio espanhol, e alguns territórios sob controle holandês, provável razão do desinteresse dos historiadores portugueses. Esse desinteresse existe até nossos dias no estudo dessa fase da História de nosso País. Aprendemos os acontecimentos do século XVI com detalhes – todos sabem, por exemplo, o nome e os feitos dos primeiros governadores-gerais. Mas, a partir de 1580, começa a penumbra que tanto prejudicou o estudo de acontecimentos importantes.

Parece que o Brasil, só desperta após o Tratado de Madri, em 1750. O Quilombo dos Palmares é um dos movimentos encobertos pelo pequeno interesse pelo Século.

Já nos princípios do Século XVII, há notícias de redução de negros que buscavam, nos Quilombos, a vida livre. Têm-se notícias de expedições contra Quilombos, em Palmares, desde 1602. Mas é a dominação holandesa de Pernambuco, a partir de, 14 de fevereiro de 1630, fará multiplicarem-se as fugas de escravos e que tornará as suas reduções, além de mais numerosas, mais organizadas. Porque a Companhia das Índias Ocidentais torna mais cruel o tratamento dos escravos que trazia de Angola, sendo rotineira a tortura, em suas formas mais selvagens. A tortura era ensinada até em livros. Cachorros eram trazidos da Holanda por Maurício de Nassau, para a perseguição aos negros. Expulsos ou sem meios de defesa dos jesuítas, os escravos ficavam sem qualquer  proteção  e organização, só lhes restando a esperança da fuga.

Chegavam também notícias do que haviam feito os holandeses na Bahia, poucos anos antes. Alforriaram negros para lutar em seus exércitos, e, ao fazer a paz, entregaram-nos à fúria das tropas portuguesas, enquanto embarcavam seguros em seus navios.

  Um dos equívocos mais comuns no estudo do século XVII é a usual exaltação dos supostos benefícios da ocupação holandesa. Na realidade, parte do Nordeste brasileiro não foi sequer ocupada por um país estrangeiro. Tivemos parcela de nosso território explorado por uma empresa comercial, sem outro objetivo senão declaradamente, o de buscar lucros comerciais. Não houve ocupação holandesa no Brasil; houve a exploração de uma empresa, a Companhia das Índias Ocidentais, fundada em 1621 com o objetivo  explícito de dedicar-se à  rapinagem em benefício se seus sócios

* Material extraído de Justificativa para voto que fora proposto pelo Dep. Aldo Rebelo. Parecer apresentado na Comissão de Educação, Cultura e Desporto ao projeto de lei do referido  parlamentar , que dedicava o ano de 1995 às  comemorações do Ano Zumbi dos Palmares . WRA - C/ DEDAC - Folha Cultural.